100% recicláveis, blocos de EPS apresentam economia de tempo e mão de obra, resistência mecânica, eficiências térmica e acústica
Desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) realizada em 1992 no Rio de Janeiro (RJ), conhecida como ECO-92, o mundo entendeu as necessidades de atender objetivos sustentáveis para um futuro melhor. A construção sustentável tem papel fundamental, pelo fato de a construção ser uma das indústrias que mais consome recursos naturais. E nesse sentido, o poliestireno expandido (EPS) tem se tornado uma solução e uma tendência no mercado brasileiro.
São blocos produzidos a partir de processos industriais modernos, com baixo índice ou sem desperdícios e onde tudo é reaproveitado/reciclado. Não gera esforço físico para os operários nem poluição ao meio ambiente. Outro ponto positivo são as eficiências térmica e acústica.
“Quanto menos denso, mais ar em seu interior. Por conseguinte , maior o isolamento térmico e acústico imposto ao ambiente pelo EPS”, detalha Lourdes Cristina Printes, diretora técnica da LCP Engenharia & Construções.
Por manter a temperatura interna por mais tempo, o consumo de energia elétrica é menor, pelo menor uso de ar-condicionado, por exemplo. Outra contribuição ambiental é o fato de não contaminar o solo, a água e o ar, além do material ser 100% reciclável e reaproveitável. “Ao ser reciclado, pode ser utilizado novamente como matéria prima. Após ter cumprido a sua função, o material torna-se um resíduo. No caso do EPS existem diversas possibilidades para a redução e o aproveitamento deles”, lembra Lourdes.
O bloco de EPS, quando comparado à solução convencional, o bloco cerâmico, apresenta inúmeras vantagens. “São ganhos na estrutura, com menor consumo de aço; na mão de obra, com menor esforço físico necessário; e no transporte, com menos consumo de combustível fóssil”, exemplifica Francisco Carmo, gerente comercial regional da Isoeste Construtivos Isotérmicos. Com redução de tempo e de mão-de-obra, há uma consequente redução de custos.
O EPS pode ter as mais variadas aplicações. “Pode ser utilizado até em aterros de rodovias. Também pode ser aplicado como um excelente absorvente de impacto, por isso é usado como embalagem pela indústria eletroeletrônica e até mesmo em ‘guard rail’ em pistas de corridas”, comenta Carmo.
“O material é inerte e não sofre agressão de agentes biológicos. Um dos aspectos que garantem a durabilidade da edificação é o atendimento à ABNT NBR 6118:2014, atendendo por exemplo ao cobrimento mínimo da tela eletrossoldada na parede acabada”, afirma Alberto Foresti, gerente de construção civil da Termotécnica. “A resistência mecânica é garantida pelas telas de aço interligadas por conectores de aço e camada de micro concreto de pelo menos 25 Mpa”.
O conceito do Sistema Monoforte, da Termotécnica, foi introduzido ao mercado em 2012 e representa painéis produzidos de acordo com o projeto. “As partes elétrica e hidráulica são executadas antes da argamassa, evitando quebra de paredes ou pisos depois de executados, o que reduz muito o uso de caçambas”, relata Foresti.
Soluções em EPS no Brasil
O sistema construtivo em painel de argamassa armada com miolo de EPS, chamado de ECOGRIDE e utilizado e patenteado pela LCP Engenharia & Construções, consiste em painéis monolíticos modulares, pré-fabricados montados com o emprego de uma alma em EPS entre duas malhas de aço galvanizado eletrossoldadas. A empresa se orgulha de ter sido a primeira a receber a Certificação Residencial do Referencial Casa do GBC Brasil e a Certificação LEED FOR HOMES do USGBC na América Latina.
“Os sistemas construtivos monolíticos com painéis de EPS podem ser utilizados em prédios até 5 pavimentos. Podem ser empregados para executar tanto paredes quanto coberturas inclinadas, sendo largamente executados em residências, prédios comerciais, industriais e casas populares, suportando inclusive abalos sísmicos”, diz Lourdes.
“Com essa vasta gama de vantagens, hoje podemos dizer que o uso dos blocos convencionais é muito baixo. Nas regiões de atuação mais fortes da Isoeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, podemos afirmar que o EPS já possui uma alta fatia de 90% do mercado”, finaliza Carmo.
“Como um bom exemplo para finalizarmos, acessem aqui a reportagem que fizemos sobre a Casa Econômica, uma bem sucedida parceria entre a BASF e a Isoeste, com o emprego do painel sanduíche de poliuretano (Elastopir). Ela se localiza ao lado da Casa E, construída pela BASF com blocos de EPS modificados por grafite (Neopor)”.